Despassarando...

sexta-feira, 22 de junho de 2007

O CASO DOS VIZINHOS DE CIMA...

-----Original Message-----
From: Beba da Costa
Sent: quinta-feira, 21 de Junho de 2007 18:21
To: Buba; Coca; Biscat; Marijoana; Branca
Subject: Ainda Existe…


Olá Amigas!!!

Há quanto tempo!!!! Já tenho saudades vossas…

Espero que esteja tudo bem convosco…

FINALMENTE CHEGOU O VERÃO!!!

Podíamos fazer como aquelas tribos célticas e celebrar a entrada da estação… estou mesmo a precisar de interiorizar umas energias positivas!...

A noite passada não dormi grande coisa… não sei que se passa com os meus vizinhos de cima, caramba...

Vou-vos contar:
No andar por cima do meu vive um casal de meia-idade com um filho já adulto (deve rondar os 30 anos) e na sexta feira dia 8 de Junho vi o casal a arrumar a tralha no carro, para ír de férias… bem, não é que isto me interesse, foi só porque vínhamos a entrar na portaria e o Pascoal teve que ficar a segurar a porta para eles passarem com as malas, malinhas e maletas…

As coisas estranhas começaram logo na noite de sexta para sábado… com um tum… tum… tum… tum-tum-tum acompanhado de gritos de mulher que gritava “Ai, não! Ai não! … fiquei muito assustada porque não sabia que havia outra mulher lá em casa para além da senhora de meia-idade (que tinha visto saír) e muito menos que era vitima de violência doméstica… acordei sobressaltada com aqueles “tum-tum-tum” e “ai não, ai não” mesmo por cima e acordei o Pascoal que estremunhado após ter ouvido os barulhos desatou a rir, rir, rir e me disse “Tenta dormir”… tenta dormir???? Como poderia eu dormir com alguém a ser espancado com a mobília no andar de cima? Mas ainda fiquei mais perplexa quando o Pascoal me perguntou se eu não queria que ele me fizesse o mesmo… como é possível o meu próprio marido??? Nisto, acho que a mulher deve ter finalmente ter-se virado ao homem porque comecei a ouvi-lo a ele, parecia que estava a roncar…

Agarrei no telefone para ligar para a policia, mas o Pascoal tirou-mo da mão… e depois… bem isso agora não interessa nada porque o facto é que me distraiu do que eu ía fazer e só acordei na amanhã seguinte… (Claro que ainda a pensar na pobre mulher, mas menos preocupada por saber que ela também lhe tinha dado a valer.)

Isto da violência doméstica é mesmo injusto… Que coisa… as pessoas deviam pensar como os hippies “make love not war,” (Façam amor e não guerra) mas nos nossos dias ainda acontece…

Na noite passada constatei que voltou a acontecer o mesmo… eram umas 2,30H da manhã… tum… tum… tum… tum-tum-tum acompanhado de gritos de mulher que gritava “Ai, não! Ai, não!... Desta vez não acordei o Pascoal que dormia tranquilamente de gatos aos pés, levantei-me e peguei no telefone para ligar para a policia quando ouvi vozes no patamar. Abri a porta e era a minha vizinha do lado e a vizinha de cima dela, que tal como eu estavam escandalizadas com tal violência; a do meu lado disse: “Mas estas pessoas não pensam que podem haver crianças no prédio? Que falta de respeito!” , a outra (que tem uma senhora muito idosa lá em casa retorquiu: “E nem os Idosos, que eles sabem que a minha mãe mora aqui…” e eu concordei com elas, e ainda lhe disse que já era a segunda vez que ele tratava assim a mulher… e elas olharam-me como se eu fosse um “alien”…

O marido da minha vizinha do lado sai do apartamento a rir, rir (como o Pascoal tinha feito) e pediu-nos para irmos dormir… achei estranho… estes homens hão-de ser sempre os mesmos… Quando começou a ouvir os “Ai-ai” do homem ainda disse em tom de gozo “daqui a nada vou perguntar-lhe se precisa de ajuda…” Ajuda??? Ele é que começa sempre e depois ainda tem alguém solidário com aquela violência toda QUANDO É A VEZ DELE LEVAR… a mulher dele olhou-o de uma forma que ele disse: “estava a brincar!...” mas o facto é que disse, o parvo…

A minha vizinha de cima disse que o melhor era irmos ao administrador do prédio, fazer queixa, porque aquilo era impensável num prédio de gente de bem… e eu concordei.

Ora, o administrador (que vive 2 andares abaixo) veio todo estremunhado e a minha vizinha falou em "pouca vergonha", "falta de respeito" etc… mas o administrador não quis lá ír, disse que ía escrever uma carta.

Então não é que esta manhã os encontrei no elevador???... Parecia que não era nada com eles... vi a mulher pela primeira vez, uma mulher madura, muito apresentável e toda simpática (nem parece que lhe aconteceu nada de noite) e ele, agradável de bom aspecto (quem diria que é um titre) todo cheiroso e bem disposto… se não tivesse ouvido aqueles gritos aflitivos estaria a pensar que tiveram uma noite feliz… enfim… Vidas...

Mas já decidi… se isto se mantiver assim, quem lá vai sou eu… se o Pascoal não quiser ir comigo VOU SÓZINHA!!!

Desculpem o desabafo mas isto tira-me do sério…

Beijinhos
Beba da Costa

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