Despassarando...

quinta-feira, 31 de julho de 2008

FLAGRANTES DA VIDA REAL (By Coca)

SENSIBILIDADE... ... E bom senso ou a diferença de perspectiva evidente entre homens e mulheres...



"Se o mundo fosse governado pelas mulheres, era mais arrumadinho, limpo e estético"
(Bêba da Costa)





1. Há 2 semanas

Numa viagem de comboio para o Rossio, sentei-me ao lado de uma rapariga (já com cabelos brancos) que, à saída de Queluz, retirou da mala uma folhinha quadrada de papel de lustro (não sei se sabem o que é) côr-de-laranja.

Começou a fazer vincos na folhinha, marcações minuciosas e perfeitas, e depois dobragens, que não consegui ignorar.

Discretamente ía lançando o olhar para aquela tarefa, invejando a habilidade e pensando 'isto deve ser origami', mas sem conseguir perceber o q iria sair dali.

Depois de ter terminado, e guardado, o trabalho com a folhinha côr-de-laranja (à saída de Benfica), tirou da mala outra folhinha, desta vez verde pistachio, e dedicou-se a novos vincos e dobragens.

Quase no fim do túnel do Rossio, encaixou o q fez com a folha verde, no que tinha feito com a folha laranja.

O comboio chegou ao términus, o povo saiu todo (eu deixo-o sempre ir à frente, para não me stressar com os pastelões incivilizados que não sabem andar em escadas e passadeiras rolantes) e como a rapariga tambem ali ficou sentada, arrumando os seus 'tarecos', decidi meter conversa para a elogiar por aquele trabalho tão bonito e pouco visto (eu, era a 1ª vez que via alguém fazer). Ela agradeceu, sensibilizada, e saímos, cada uma para lados distintos do comboio.

Quando acabei de descer as escadas que dão acesso ao Metro, a rapariga estava à minha espera, com o 'trabalho' na mão estendida, para mim!!!!!

Fiquei sem jeito, disse que não queria, blá, blá,blá mas ela insistiu dizendo q tinha muitas coisas daquelas, pois fazia aquilo para se entreter nas viagens.

Feliz, vim todo o caminho com aquilo na mão e agora vive aqui em cima da minha secretária, bem em frente dos meus olhos. Fotos anexas :)

2. Na semana passada

Na 2ª feira fui almoçar às 'minhas' massas (no Saldanha Residence). No regresso, como estava muito calor, decidi vir de Metro.

Com o meu azar costumeiro, o dito abalou antes de eu conseguir descer os degraus todos. Como a espera ia ser longuita, sentei-me.

Passado pouco tempo chegou um rapaz - 18/25 anos - q se sentou na minha fiada de bancos deixando um lugar de intervalo.

Uns 30 segundos depois pergunta-me 'A senhora tem um lenço de papel que me dê?' - Eu achei espectacular um 'mecinho' tã novo ter um assomo de asseio daqueles e, afanosamente, procurei o pacote na mala.

Dei-lhe o lenço e voltei a atenção para a reposição do pacote na minha mala.

Quando acabei esssa tarefa olhei para o fulano e eis senão quando o vejo a LIMPAR OS SAPATOS com o lenço q tinha acabado de lhe dar...



É assim a vida... REAL...
COCA

quarta-feira, 23 de julho de 2008

CONVOCATÓRIA PARA MANIF - QUEREMOS CASAS NOVAS NOUTRO BAIRRO

Eu, Sushi Queimado, venho por este meio, em meu nome e das minhas amigas, Biscat, Coca, Marijoana, Branca, Buba e Beba da Costa apelar a todas as donas de casa despassaradas deste país o direito á manif, para que as entidades competentes deste país nomeadamente, as Câmaras Municipais ponham em marcha as nossas reivindicações e direitos de cidadãs contribuintes.

Como cidadãs, vimos exigir que a câmara municipal nos dê JÀ casas novas, uma vez que todas nós temos lamentáveis queixas da vizinhança, chegando mesmo até a não gostar de alguns dos vizinhos. Isto sem contar que já todas nós enviámos candidaturas para o “Querido Mudei a Casa” e nenhuma deles foi aceite…

Eu, Sushi Queimado, reclamo uma casa cujo prédio não tenha como inquilinos insectos rastejantes.

Ainda por cima a empresa de desparasitação da Câmara Municipal dá informações incorrectas ao telefone, num dos meus telefonemas para lá disseram-me para colocar “umas gotas pulverizador de insecticida de Escada na ombreira da porta”… andei a usar o meu perfume quase todo, e a situação manteve-se… só após o meu segundo telefonema percebi, pois disseram-me que não era para usar o perfume “Escada”… mas sim usar NA ESCADA, ACESSO Á MINHA PORTA um insecticida do supermercado próprio para insectos rastejantes… (a culpa desta confusão foi de uma da minhas queridas amigas que disse que o meu perfume “Escada” cheira a insecticida… daí eu ter pensado que o departamento de ambiente da câmara, pensava o mesmo…).

Mas não interessa… o que interessa é que existem insectos rastejantes no meu prédio e eu não gosto deste tipo de vizinhança, portanto, exijo uma casa nova sem este tipo de vizinhança…

A Biscat não gosta do vizinho de baixo que tem a varanda cheia de plantas e faz as regas para cima do portão da garagem. Ora, ela, quando passa com o carro pelo portão molha o carro todo… o que é uma enorme chatice para ela… portanto, a Biscat não gosta do vizinho de baixo e exige uma casa nova sem este tipo de vizinhança…

A Coca, não gosta do seu vizinho do rés-do-chão porque ele tem um terraço por baixo dos estendais para onde lhe caiem as molas da roupa, e ele fica com elas TODAS, não devolve nem uma… por isso a Coca não gosta do vizinho do rés-do-chão, e exige uma casa nova sem este tipo de vizinhança…

A Marijoana não gosta dos vizinhos do lado porque fazem muito barulho nos seus momentos íntimos pois a cama parece um trampolim… mesmo só usando este método de dia e ao fim-de-semana, a Marijoana não gosta dos vizinhos e exige uma casa nova sem este tipo de vizinhança…

A Branca apesar de viver numa vivenda sem vizinhança por muito perto, não gosta dos vizinhos da vivenda seguinte que fica a cerca de 250 metros porque eles têm a mania de saltar da última prancha da piscina e isso aflige muito a Branca, por isso ela não gosta deles e exige uma casa nova sem este tipo de vizinhança…

A Buba não gosta da vizinhança do prédio da frente, é uma igreja e ela é ateia… por isso a Buba exige uma casa nova sem este tipo de vizinhança…

A Beba da Costa não gosta dos vizinhos de cima porque não vivem lá, não gosta dos vizinhos do lado porque nunca estão em casa e não gosta dos vizinhos de baixo porque não os conhece, não gosta dos vizinhos do prédio das traseiras porque tem que olhar para as decorações horríveis das cozinhas e das salas (segundo ela, 4 prédios x 6 andares x 2 apartamentos dá um total de 48 cozinhas e 48 salas com falta de gosto… o cortinados então são do pior…) e não gosta do vizinhos da frente do prédio porque não tem… por este motivos todos, ela exige uma casa nova sem este tipo de vizinhança…

Para que as nossas exigências sejam respeitadas iremos todas num destes dias (temos que consultar antes o Instituto de Meteorologia e Geofísica para ver a previsão do estado do tempo) acampar á frente de uma Câmara Municipal que ainda não decidimos…

As nossas exigências incluem a aprovação de um projecto arquitectónico da nossa autoria por parte do presidente da autarquia e consiste num bairro de condomínio fechado com um prédio com 7 apartamentos, com escola, acessos directos, comercio e serviços.

Fica no entanto em suspenso, a exigência de nos mudarmos, caso a vizinhança não nos agrade.

MANIFE
DOMINGO… DOMINGO, NÃO… SÁBADO, DE MANHÃ… DE MANHÃ NÃO… É PARA ARRUMAR… SÁBADO AO ENTARDECER (ESTÁ MENOS CALOR)
FRENTE Á CAMARA MUNICIPAL (DEPOIS MANDO UM SMS AVISAR QUAL)

O Arraial...

-----Original Message-----
From: Beba da Costa
Sent: terça-feira, 22 de Julho de 2008 12:49
To: Coca; Biscat; Marijoana; Branca; Buba
Subject: O Arraial.


Queridas amigas,


Pois é, já há muito tempo que não dizemos nada… sim, vocês nunca têm assim nada para dizer, mas a minha vida, como vocês sabem é cheia de aventuras… nem sei porquê… mas as coisas parece que vêm ter comigo…

Estou de férias á descoberta do belo Norte de Portugal… no meio do campo, dos montes, dos emigrantes em França e dos “arraiais”…

Pois… estive no arraial de uma aldeia típica do Norte de Portugal… agora sem foguetes… para tristeza dos nativos e dos visitantes… mas eu e o Pascoal como nunca tínhamos visto aquilo na vida pareceu-nos tudo muito interessante…

Ficámos na casa de umas pessoas emigrantes em França… bem… depois de almoçar desde as 12H até ás 16H; Lanchar das 16H até ás 19H e jantar das 19H até ás 21H, nós e os nossos orgulhosos cicerones lá fomos para o ARRAIAL…

Por um momento pensei que íamos assistir a um combate, luta ou isso… mas ali um “Arraial” não é de porrada, achei estranho, as pessoas estavam a ouvir música popular, folclore e a cantar… o mais emocionante foi um grupo de Maximinianas (lembram-se do Herman José, no tempo em que ele tinha piada?) … Bolas que se deviam ouvir a 3 ou 4 quilómetros de distancia… a senhoras colocavam a voz num ponto estranho perto de esganiçado que até fizeram o Pascoal dar um salto e dizer o palavrão do “F” (que termina “SSSSS”)… impressionante!!! E não era uma eram várias…Queridas amigas, acreditam que as pessoas que estavam a assistir pareciam estar a gostar daquilo???

Mais tarde nessa noite, depois de ter bebido um copo de vinho verde, outro de vinho, tinto, palheto, branco, descobri que estavam todos muito felizes porque nessa tarde enquanto lanchávamos tinham tirado da igreja local, que é do tamanho da minha sala de jantar, a Santa Catarina…

Lembrei-me logo de uma Catarina que andou com o Pascoal antes de mim e que era tudo menos santa… quando me disseram que o arraial era em honra de Santa Catarina, e eu disse a verdade acerca da pessoa em causa deixei todos bastante constrangidos… ficaram assim porque não conheceram… bem… mas tiraram-na para dar uma voltinha pela localidade… afinal tem que arejar…

A “Santa” Catarina, já estava recolhida na sua casinha, depois de ter andado ás costas dos homens da terra (Típico!!!) e agora que o pessoal estava todo a beber para esquecer aquela estupidez anual… as maximinianas aproveitavam para os castigar os homens da terra por andarem com a “Santa” Catarina ás costa e não com elas, coitadas… Bem… e neste sentido, depois de meditar em cima do assunto enquanto emborcava mais um copinho de vinho verde fresquinho, verifiquei que elas estavam no direito delas de berrarem daquela maneira aos ouvidos do homens… da próxima vez, ao lembrarem-se deste episódio e deixariam a “Santa” Catarina dentro da igreja…
Finalmente a maximinianas calaram-se e todos aplaudirem como loucos (menos eu e o Pascoal) depois percebi que os homens gritavam “bis”… fiquei estupefacta … mais um pouco e ouvíamos aquele “olé-olé-olé-olá” , cântico que ouvi no concerto do U2, Rolling Stones e Xutos & Pontapés como forma de pedido de mais uma música… Felizmente, as maximinianas estavam cansadas de berrar e não fizeram “Bis”… OH!!! Alivio!!

De seguida entra um acordeonista e um “tocador de bilha”…

Depois de cantarem alegremente um canção em que a população possessa gritava em plenos pulmões no refrão que “o bacalhau Ca#&lho” (sim, sim o palavrão com as letras toda legíveis), passei de chocada a aliviada (e senti-me um bocado estúpida) por não ter percebido que afinal o pessoal estava a berrar que “o bacalhau quer alho”… eu jurava que a avó dos meus anfitriões, que deve ter uns 150 anos, estava a berrar o palavrão… mas…

Depois descobri que estava tonta… Claro que os berros da Maximinianas e do tocador de bilha também ajudaram, mas o que foi mesmo foi o vinho do porto, do douro, do Tio Hermano, Sr François, do marido da Maximiniana Maria… dos gritos da Avó Maximiniana Gertrudes… enfim, não seria de estranhar...

Mas embebidos (literalmente) do espirito do "arraial", dançámos ao som de todas a canções de palavrões da música popular portuguesa e até o raiar da aurora… bem… esta parte não sei, porque não me lembro bem…
Beijos, minha amigas…
Até Breve,
Beba da Costa